Este é um espaço para a permanente e gradativa construção de conhecimentos, onde
cada um de nós poderá contribuir significativamente para a promoção
da liberdade de expressão.

Poderão ser postadas imagens, textos e
músicas que permitam a reflexão sobre a vida e seus pequenos grandes prazeres.



Sejam todos(as) bem-vindos(as)!



Ândrea Parente

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Luz e Poesia!

Aos amantes, as palavras!
Aos leitores, a paixão!
Quem de nós não aprecia belíssimas palavras?  Aquelas que emanam do meio mais recôntido da alma!
Salve as palavras! Salve o amor! Salve a poesia!

E para vocês, deixo uma das mais belas poesias de nosso amado poeta romântico Gonçalves Dias.


OLHOS VERDES


Eels verdes são:
E tem por usança
Na esperança CR
E nas obras não.
Camões, Rimas.


São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar,
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança
Uns olhos por que morri;
Que, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!



Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Tem luz mais branda e mais forte.
Diz uma - vida, outra - morte;
Uma - loucura, outra - amor.
Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!


São verdes da cor do prado,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração;
Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!


São uns olhos verdes, verdes,
Que pode também brilhar;
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes da cor do padro,
Mas verdes da cor do mar.
Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!


Como se lê num espelho
Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;
Mas, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Dizei vós, ó meus amigos
Se vos perguntam por mi,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos da cor da esperança,
De uns olhos verdes que vi!
Que, ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!


Dizei vós: Triste do bardo!
Deixou-se de amor Finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Mar Uns Olhos da cor do;
Eram verdes sem esp'rança,
Davam amor sem amar!


Dizei-o vós, meus amigos,
Que, ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!

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