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Ândrea Parente

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"ESSA TAL FELICIDADE....."

BOM  DIA  A  TODOS(AS)!



      Muita gente, após a leitura dessas palavras, certamente deve questionar a verdadeira razão que me levou a escrevê-las. Pois bem, é simples: A VIDA.

     A vida tem me ensinado a trilhar caminhos áridos e a perceber que, apesar das belíssimas flores que encontramos em um ou outro jardim da existência, sempre passaremos por veredas sombrias e fúnebres para que, enfim, possamos alcançar o tão sonhado e almejado “campo de estabilidade vital”.

     Mas afinal, que “campo” é esse??? O que leva um ser humano a passar pela vida sem olhar para o lado e perceber que à sua volta encontram-se pessoas necessitadas??? Pessoas famintas, sedentas, trajadas de vergonha e de medo. Melhor seria se a fome e a sede fossem apenas biológicas e não emocionais, se os trajes fossem farrapos feitos de chita velha, rasgada, ao invés de vergonha social e medo cultural.

    Tenho aprendido que o mundo não será melhor só porque quero que ele seja, porém, “meu mundo” pode ser melhor a partir do momento em que eu quiser, de fato, que ele seja melhor, pois tenho o controle de minhas emoções e de meus pensamentos. O tempo não vai parar para que eu possa me lamentar dos desafios que enfrento diariamente, muito menos para eu lamentar das frustrações ou desavenças pelas quais deparo-me constantemente. Não! Como disse Cazuza: “o tempo não pára”. Segue contínuo e impiedoso tal qual o vento que, ao deparar-se com as sólidas rochas dispostas nas mais belas praias do mundo, segue seu caminho com a mesma coragem e irreverência de sempre.

    Desde minha infância acreditei que a maioria dos adultos fosse insensível por tratar tudo com uma seriedade nem sempre necessária, por não acreditarem nos sonhos e por não valorizarem a força de um abraço ou de um simples olhar. O engraçado em tudo isso é que somente ontem pude perceber que os adultos não são insensíveis, eles apenas são “realistas” e “pés-no-chão”.

    Em algum momento da vida as pessoas são induzidas a acreditar que seus sonhos não passam de fantasias e caprichos infantis que velejam por entre pensamentos ainda confusos e incertos. É nessa hora que percebemos que algumas ideologias não se encaixam em nossos planos de vida. Alguns sonhos não serão realizados porque terão de ser deixados para trás, pois o mundo social, esse mundo da selva de concreto e dos rios globalizados, não aceita o diferente, não aceita a magia nem a ternura que aquele distante mundo jovial permitia.

    Em algum momento de nossa efêmera existência sacrificamos cruelmente nossas convicções, tudo porque nosso vizinho alegou que é feliz por agir conforme a dita “conduta social padronizada”, e lá vamos nós copiá-lo e segui-lo. Mas afinal, quem criou esse “padrão ideal”? Eu não fiz parte dessa criação, você fez? Você opinou sobre o que é “certo” ou “errado” na hora da PADRONIZAÇÃO????? Creio que não.....

    Aos 21 anos de idade descobri que não posso exigir das pessoas mais do que elas podem me oferecer. Aprendi que nem sempre o que acreditamos é verdadeiro ou predominante. Não posso esperar que a pessoa que eu amo me ame só porque eu nutro um sentimento puro e sincero por ela. Ela não sabe a dimensão desse sentimento, por mais que eu diga ou tente demonstrar, ela nunca saberá o que está em mim...

    Os sentimentos são abstratos e por isso somos incapazes de percebê-los em sua magnitude e infinidade. Podemos odiar alguém com toda força que há em nosso interior, mas nunca saberão qual a verdadeira dimensão desse ódio. Assim como podemos amar uma pessoa ao ponto de sacrificarmos nossa vida inteira por ela, mas não devemos esperar que ela reconheça ou até mesmo agradeça esse gesto nobre, afinal, ela não faz idéia do que você teve de suportar por ela, você viveu essa experiência sozinho. Só você sabe o que se passa em sua mente, em seu coração.

    Quantos de nós aprendemos a valorizar as pessoas que nos amam somente após a perda desses seres??? Esse fato é intrínseco a todo e qualquer ser humano. Nunca estamos completamente contentes. Sempre falta algo! Cobiçamos um bem durante anos, quando finalmente o alcançamos percebemos que isso já não basta, precisamos de mais alguma coisa, e lá partimos em busca da tal FELICIDADE novamente. Alguns seres preocupam-se em achar a felicidade em vitrines deslumbrantes das lojas de renome, vestindo-se de forma “transada”, vivendo na moda e seguindo os padrões culturais dos países desenvolvidos. Outros ainda a buscam no trabalho diário, aquele que proporcionará a aquisição do carro tão almejado, da casa deslumbrante, dos móveis importados ou ainda das viagens inacabáveis pelo mundo a fora. E pasmem! Ainda têm aqueles que procuram a felicidade por meio da dor do próximo, acham que podem sentir-se mais felizes caso tenham uma vida menos desgraçada do que a vida das pessoas à sua volta. Todos esses casos têm algo em comum: certamente alcançarão a felicidade, porém essa será apenas momentânea.

     Os adultos esquecem que quando eram crianças davam flores de presente às pessoas que amavam ou tinham algum afeto. Aquela flor apanhada no meio do caminho quando direcionavam-se à escolinha. A florzinha, tão frágil e tão bela, seria dada à professora querida, tão respeitada e idealizada pela criança pura e meiga, cheia de ternura nos olhos. Como fazia bem à alma aquele tão singelo presente! Quem de nós nunca presenteou alguém especial com uma simples flor? Provavelmente ninguém, por todos fomos crianças um dia! Não precisávamos de dinheiro para proporcionar felicidade a quem amávamos. Não pensávamos em comprar jóias caras, nem vinhos importados, muito menos qualquer futilidade que agradasse os modelos sociais, bastava um abraço apertado, o brilho no olhar e florzinha na mão. Palavras eram ditas no silêncio olhar, no calor do abraço e na nobreza da mãozinha estendida pronta para repassar a flor recolhida no caminho.

     Tempos bons que ficarão escondidos em algum lugar da memória para que no dia de nossa partida para um outro plano possamos resgatá-los e sabermos que esses foram os melhores tempos de nossa vida!

     Sorte daqueles que descobrem a tempo que a FELICIDADE PLENA não está no status social, nem no modo como nos vestimos ou na comida que comemos. Ela não pode ser encontrada nos lugares de luxo nem em meios economicamente superiores ao nosso. Essa felicidade superior, a que poucos conseguem encontrar, está presente no mais inusitado dos lugares, e por isso muitos esquecem de procura-la ali: dentro de nós mesmos.

      Dizem os sábios, que nosso maior inimigo é nosso EU. De fato, temos medo de conhecer a nós mesmos, por isso fracassamos na busca da felicidade. Muitos permitem que seus sonhos, seus desejos e suas alegrias sejam adiadas e até mesmo esquecidas pelo simples fato de terem medo de expor seus pensamentos, emoções e opinião, assim perdemos nossa liberdade, nossa alegria e nossas certezas, tudo em prol da “NORMALIDADE SOCIAL”, do “PADRÃO”, da “BOA CONDUTA”.

      Sorte das pessoas que ainda reconhecem o verdadeiro valor de uma humilde flor. Sorte das pessoas que conseguem encontrar a felicidade todos os dias, seja ao vislumbrar o nascer do sol ou o espetáculo do entardecer. Sorte das pessoas que conseguem animar-se por poderem sentir no canto dos pássaros a mais plena essência da vida: a liberdade. Pessoas de sorte são aquelas que, como eu, conseguem encontrar a felicidade em palavras doces, em olhares sinceros, em abraços calorosos e em firmes apertos de mão. Pessoas que sabem que, apesar de todos os desafios, todas as dificuldades e todas as dores inerentes ao ser, alcançarão a FELICIDADE PLENA ao contemplar um céu estrelado, um jardim florido, o sorriso das pessoas amadas, a sutileza da natureza, a beleza e o poder que possui cada um de seus semelhantes.

     Eu me considero uma pessoa PLENAMENTE FELIZ! Tenho dois pés com os quais posso correr descalça e sentir a terra, a grama, a areia. Correndo posso sentir o vento tocar minha face, meu corpo inteiro! Que MARAVILHOSO é poder correr!

     Como é bom poder contemplar a natureza, enxergar a cor das árvores, do céu, do rio, do mar. Minha visão física permite que eu perceba tamanha diversidade existente no mundo! A variedade de pássaros, de plantas, de animais e de pessoas! Que MARAVILHOSO é possuir dois olhos perfeitos!

     Tenho dois braços, com eles posso abraçar as pessoas que amo e sentir o calor humano! Possuo duas mãos perfeitas, com as quais posso pintar, tocar um instrumento, escrever, plantar uma semente, acariciar a quem amo e fazer tantas outras coisas maravilhosas! Que MARAVILHOSO é poder ter braços e mãos!

     Tenho pessoas que me amam e se preocupam comigo, pessoas que sei que posso chamar de AMIGOS. Com eles posso rir, chorar, silenciar...Sei que sempre serei EU ao lado deles, sem precisar fingir estar feliz ou fingir ter gostado de algo que não gostei, isso porque temos liberdade total ao lado dos verdadeiros AMIGOS.

     Bem, estou saindo da fase da adolescência por completo, mas tenho certeza que não serei uma adulta “realista” e muito menos “pé-no-chão” como a maioria! Não permitirei que meus medos e a hipocrisia da maioria faça de mim uma alienada do sucesso e dos bens materiais. E você, como tem (re) agido diante às situações inevitáveis da vida??? Onde você está buscando sua FELICIDADE?

     Sou feliz porque amo sem medo de amar! Porque falo sem medo de falar! Porque vivo sem medo de viver! Entrego-me de corpo e alma em tudo o que faço porque tudo o que faço, FAÇO COM E POR AMOR!

Ândrea Lígia Parente

Um comentário:

  1. sua inteligencia,sabedoria,transparencia nas palavras,faz de nós leitores sentir uma sensacao prazeirosa...de ver a vida de um modo diferente,nos faz querer melhorar como pessoa!mto obrigada por expor conjustos de palavras que nos fazem crescer e refletir!

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